Polícia

Militar de Niterói cai no golpe do empréstimo e perde R$ 210 mil para quadrilha

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De acordo com Raíssa Celles, delegada titular da Delegacia de Jurujuba (79ª DP) e responsável pelo caso, uma das vítimas teve um prejuízo de R$ 210 mil reais. Foto: Vítor Soares

Em menos de dois meses de investigações, a Polícia Civil conseguiu identificar e indiciar 31 pessoas acusadas de fazer parte de uma quadrilha que oferece empréstimos consignados para servidores com a promessa de gerar investimentos, quando na verdade tudo não passava de um golpe.

De acordo com Raíssa Celles, delegada titular da Delegacia de Jurujuba (79ª DP), em Niterói, e responsável pelo caso, uma das vítimas que procurou a polícia teve um prejuízo de R$ 210 mil reais.

Segundo a delegada, as investigações iniciaram após uma das vítimas procurar a delegacia e denunciar que havia caído em um golpe. Ela explicou como a quadrilha fazia para convencer os servidores a fazerem os empréstimos.

"Essa empresas estelionatárias procuraram os servidores públicos e faziam a proposta. Era feito um contato telefônico com a vítima explicando sobre o serviço. Neste contato era ofertado que fosse feito um empréstimo em que a vítima ficasse com 10% do dinheiro e os outros 90% deveriam ser repassados para a empresa que se encarregaria de fazer aplicações de um grande lucro. Eles se comprometiam em pagar todas as parcelas do empréstimo, fazer os investimentos e ainda de tempo em tempos, dar parte desse lucro para a vítima", detalhou a delegada. 

De acordo com Raíssa, o que parecia ser um bom negócio, na verdade escondia um golpe.

"As primeiras vítimas que identificamos tiveram cerca de seis parcelas do empréstimo pagas. Eles faziam isso, para ter tempo da empresa fazer mais vítimas. Em um determinado momento, a empresa parava de fazer o pagamento e sumia com o dinheiro da vítima. E na verdade, os investimentos não existiam. Essa era apenas a fraude que eles usavam para as vítimas terem o interesse de achar que poderia ter alguma lucratividade com essa transação, quando na verdade só tem prejuízo", detalhou.

Raíssa Celles destacou, também, que a polícia ainda não teve como quantificar o número de vítimas que tenham caído no golpe.

"Durante a nossa investigação, identificamos inúmeros registros de ocorrências feitos em diversas delegacias do estado e também fora, pois essa quadrilha também atua em São Paulo. Não há como obter essa quantitativo, mas podemos dizer que são muitas vítimas. A quadrilha ia abrindo e fechando empresas em nomes de "laranjas", para evitar que algum dia esse dinheiro pudesse ser recuperado", afirmou.

A delegada alerta para que os servidores fiquem atentos e desconfiem de "excelentes oportunidades".

"É importante que notícias como essa, sejam difundidas entre as pessoas. O estelionatário tem um alto poder de convencimento e enreda a vítima em uma conversa. E ela [vítima] tendo o conhecimento do golpe, vai saber identificar a fraude. O ideal é se certificar da confiabilidade de uma empresa, e isso pode ser feito na própria internet. E caso você verifique que caiu em um golpe, procure a delegacia mais próxima. Dessa maneira se evita que outras pessoas caiam no mesmo golpe, além de ajudar a polícia a identificar e prender esses criminosos. A Polícia Civil faz um trabalho de conscientização, em especial as pessoas idosas que em geral são as vítimas preferidas dos estelionatários", finalizou.

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